5 Erros que sua clínica pode estar cometendo na gestão financeira.
Como especialista contábil no segmento da saúde, eu, Adriele Moreira, da AMS Contt, vejo esses erros acontecerem com frequência — e é por isso que criei este conteúdo: para te ajudar a evitá-los e profissionalizar sua clínica.
A maioria dos profissionais da saúde se dedicam ao que fazem de melhor: cuidar de pessoas. Mas quando se trata da gestão da clínica, especialmente das finanças, muitos acabam cometendo erros que comprometem o crescimento, a lucratividade e até mesmo a permanência no mercado.
Erro 1: Misturar contas pessoais com as da clínica
Parece inofensivo sacar um valor do caixa para uma despesa pessoal, mas isso cria um ciclo perigoso. A clínica começa a perder controle do que realmente lucra, e o gestor nunca sabe quanto pode investir ou retirar com segurança.
Solução prática:
• Tenha conta bancária PJ separada.
• Defina um pró-labore fixo (o seu “salário”).
• Registre toda movimentação, mesmo que informal.
Dica extra: Use aplicativos como Nibo ou Conta Azul para controlar entradas e saídas automaticamente.
Erro 2: Não acompanhar o fluxo de caixa
Sem saber o que entra e sai diariamente, o gestor age no escuro. Isso pode levar à inadimplência, à falta de dinheiro para pagar a folha ou à falsa sensação de lucro.
Solução prática:
• Tenha um fluxo de caixa semanal e mensal.
• Separe por categorias: recebimentos (consultas, convênios, particulares) e despesas (fixas e variáveis).
• Projete os próximos 90 dias.
Dica extra: Faça conciliações bancárias todo mês. Isso evita erros e mostra a real situação da clínica.
Erro 3: Deixar obrigações fiscais para a última hora
É comum clínicas pagarem multas por esquecerem o envio de declarações obrigatórias ou o vencimento de impostos. Além da perda financeira, isso pode gerar problemas com a Receita Federal e até bloqueio do CNPJ.
Solução prática:
• Use um calendário fiscal digital com alertas.
• Mantenha contato mensal com seu contador.
• Não deixe tudo nas mãos de terceiros: tenha noção das suas obrigações.
Dica extra: Toda clínica precisa declarar DAS, DEFIS, DIRF, RAIS e manter folha atualizada, mesmo sem funcionários.
Erro 4: Contratar funcionários sem cálculo de encargos
Salário não é o único custo de um colaborador. Férias, 13º, FGTS, INSS e adicionais legais elevam o valor real da contratação. Muitas clínicas contratam com base no valor líquido e se endividam no final do mês.
Solução prática:
• Peça ao contador uma simulação de custo total do colaborador.
• Planeje admissões com base no fluxo de caixa.
• Conheça os regimes de contratação: CLT, autônomo, PJ.
Dica extra: Em alguns casos, contratar via pessoa jurídica pode ser mais vantajoso — mas exige cuidado legal e contábil.
Erro 5: Não acompanhar indicadores financeiros da clínica
Você sabe qual serviço mais gera lucro? Qual especialidade mais ocupa a agenda, mas pouco retorna? Sem dados, tudo vira “achismo”.
Solução prática:
• Peça relatórios mensais ao contador: DRE, balancete, relatório de custos fixos e variáveis.
• Analise ticket médio, taxa de ocupação e lucratividade por profissional.
Dica extra: Compartilhe os indicadores com sua equipe de gestão. Engajar os colaboradores no resultado financeiro pode gerar economia e crescimento.
A saúde da sua clínica começa na saúde das suas finanças.
Evitar esses 5 erros é mais do que uma questão técnica — é uma atitude estratégica. Quando você conhece os números do seu negócio, você domina o presente e planeja o futuro com segurança.
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